O uso da tecnologia na educação pode trazer pontos positivos
e negativos. Os resultados dependem da forma de utilização das ferramentas
tecnológicas. Abaixo se pode ver uma relação desses pontos e suas implicações.
A crescente inovação tecnológica apresenta novas interfaces e
dispositivos, cada vez mais sofisticados, e novas utilidades para os mesmos.
Apesar de positiva, essa mudança exige que os usuários aprendam as novas formas
de utilização e alterem a infraestrutura existente para recebê-las.
Cada nova mudança envolve o gasto de recursos financeiros e de tempo na adaptação à nova tecnologia.
A interação é essencial ao ensino-aprendizado conforme as teorias de Piaget e Vygotsky.
A cibercultura e suas ferramentas de comunicação social promovem a interação rápida e aproxima as pessoas. Essa interação quando excessiva e mal gerenciada pode trazer a falta de privacidade expondo informações pessoais e trazendo danos morais e intelectuais.
Pontos Positivos:
Velocidade e
abrangência
A busca pela informação em mídias eletrônicas é rápida visto
que é feita a partir de algoritmos complexos de análise de dados que exibem os
resultados em formato de ranking, onde a informação mais relevante tende a
aparecer em primeiro lugar. Os resultados de pesquisas normalmente são
associados a comentários de usuários que já realizaram a mesma pesquisa no
passado e avaliaram os resultados quanto à veracidade, coerência e qualidade.
Inovação
A tecnologia acelera a inovação visto que facilita a
comunicação dos pares com os mesmo objetivos e a divulgação dos resultados em
âmbito global. Muitas ideias surgiram do brainstorm
(Técnica desenvolvida para explorar o potencial criativo de um indivíduo ou
grupo.) em mídias sociais, principalmente na comunidade open source (ou software livre é um padrão de desenvolvimento
aberto e sem restrições de distribuição).
As ideias
inovadoras são geralmente patrocinadas por empresas ou investidores individuais
e geram melhorias para a sociedade e oportunidades comerciais. No caso da
educação a tecnologia também incentiva a inovação, pois oferece novas ferramentas
de criação.
Interação
Softwares educativos permitem a interação do aluno com o
conhecimento. O aluno pode navegar no conteúdo interagindo com o mesmo no
sentido de escolher o quê, como, quando e em qual nível de detalhe quer estudar
de acordo com seu nível de curiosidade sobre o assunto. Tecnologias como
enciclopédias digitais, jogos educacionais, realidade aumentada e simulação
bidimensional ou tridimensional podem facilitar essa interação virtual
aproximando o aluno da realidade do problema apresentado e suas possíveis
soluções.
Cooperação
A cooperação entre alunos de uma mesma sala de aula é
influenciada por uma série de fatores como: o grupo de valores e interesses no
qual o aluno se insere, sua personalidade, timidez ou extroversão, a disposição
das carteiras na sala de aula, etc. Esses fatores podem se apresentar como
barreiras para a cooperação geral entre os alunos. Essa barreira pode ser
contornada ou diminuída, além do diálogo e da socialização tradicionais, pela
interação digital promovida por meio de redes sociais, fóruns e listas de discussões.
Alunos tímidos talvez se sintam mais a vontade para interagir com os colegas e para
fazer perguntas ao educador.
Conforme
Shirky (2010) a colaboração por meio das mídias sociais é o melhor caminho para
o progresso humano.
Autonomia
A tecnologia incentiva à autonomia. Visto que o uso do
computador ou equipamento tecnológico é normalmente individual o usuário tende
a ter um comportamento autônomo, executando tarefas sozinha e buscando auxílio
na própria ferramenta tecnológica por meio de arquivos de ajuda, tutoriais e
buscas na internet.
Lúdico
Os jogos educacionais, quando corretamente desenvolvidos,
podem estimular um aprendizado divertido principalmente na educação infantil.
Os jogos de computador ou videogames devem ser escolhidos coerentemente com a
faixa etária da criança e com a fase de desenvolvimento na qual ela se
encontra. Os jogos podem desenvolver o aprendizado de forma lúdica colocando em
prática os efeitos benéficos descritos por Vygotsky.
Operação Multitarefa
Essa característica pode ser positiva, pois abre novas
possibilidades para o cérebro humano.
A operação multitarefa na solução de problemas
pode aumentar a eficiência e a produtividade. (DAVIDSON, Cathy apud ÉPOCA,2011,
n.702, p.79)
Pontos Negativos:
Identidade
O usuário pode assumir diferentes identidades na internet
(PALFREY e GASSER, 2011).
A criação de um perfil em
uma rede social define suas características pessoais, seus atributos e
interesses. O nome real pode ser substituído por um usuário e as informações
podem ou não ser totalmente verdadeiras. O perfil por sua vez, pode representar
não necessariamente um indivíduo, mas também um grupo (banda, partido, empresa
ou organização), ou uma entidade com interesses específicos.
Muitos adolescentes criam perfis falsos, fazendo-se passar
por outra pessoa – normalmente uma personalidade famosa da música ou do cinema
ou uma entidade representando o nome de seu blog ou personagens alegóricos.
Isso pode ser um problema nos estágios intermediários de desenvolvimento da
criança, pois é nessa fase, a adolescência, que ela desenvolve sua identidade e
personalidade como ser humano adulto.
Privacidade
Com a difusão em massa e em escala global a internet alterou
o modo como encaramos a privacidade. A informação passa a ser disponível a
qualquer pessoa conectada a rede e em qualquer parte do mundo. Essa informação
pode ser distorcida e novamente encaminhada trazendo danos irreversíveis
(PALFREY e GASSER, 2011).
Imediatismo
A informação de fácil acesso pode ocasionar uma
característica negativa nos usuários: o imediatismo. É característica dos
nativos digitais o imediatismo. Para o imediatista a informação deve estar
disponível no momento em que será usada. Ao surgir uma dúvida basta pesquisar
em um site de busca, ler o primeiro hiperlink, que deve ser obrigatoriamente o
mais relevante.
Esse é o vício que a busca rápida e de fácil acesso impõe ao
internauta.
Superficialidade
Para Carr (2010) a internet está mudando para pior o
funcionamento do cérebro humano.
Segundo o autor as pessoas estão ficando “rasas”, ou seja, pensando com superficialidade.
Para ele consulta-se a internet sem se preocupar com a memorização e o entendimento completo da área de conhecimento, mas apenas com o tópico de interesse imediato (CARR, Nicholas Apud ÉPOCA, 2011, n.702, p.79). Lanier (2010) afirma que a WEB 2.0 é prejudicial visto que apesar de incentivar a colaboração, esta é feita na maior parte das vezes de forma anônima em comentários sem preocupação com a escrita formal.
Segundo o autor as pessoas estão ficando “rasas”, ou seja, pensando com superficialidade.
Para ele consulta-se a internet sem se preocupar com a memorização e o entendimento completo da área de conhecimento, mas apenas com o tópico de interesse imediato (CARR, Nicholas Apud ÉPOCA, 2011, n.702, p.79). Lanier (2010) afirma que a WEB 2.0 é prejudicial visto que apesar de incentivar a colaboração, esta é feita na maior parte das vezes de forma anônima em comentários sem preocupação com a escrita formal.
Isolamento
A dependência da tecnologia pode causar outro problema mais
sério: o isolamento.
A criança ou adolescente pode passar tantas horas imerso no ciberespaço que acaba cortando os laços sociais com as pessoas que o cercam. Essa conduta é perigosa visto que enfraquece as habilidades interpessoais, empobrecendo o convívio da pessoa com seus pares na família, escola e trabalho. Pode ser um dos fatores coadjuvantes para o aparecimento de doenças psiquiátricas como a depressão e a ansiedade. A escola não pode ser totalmente substituída (principalmente na educação infantil) devido ao seu caráter socializante e a “pedagogicidade indiscutível da materialidade do espaço” (FREIRE, 1996, p.45). É na escola que a criança descobre a importância do trabalho em equipe e aprende a se relacionar com outras crianças.
A criança ou adolescente pode passar tantas horas imerso no ciberespaço que acaba cortando os laços sociais com as pessoas que o cercam. Essa conduta é perigosa visto que enfraquece as habilidades interpessoais, empobrecendo o convívio da pessoa com seus pares na família, escola e trabalho. Pode ser um dos fatores coadjuvantes para o aparecimento de doenças psiquiátricas como a depressão e a ansiedade. A escola não pode ser totalmente substituída (principalmente na educação infantil) devido ao seu caráter socializante e a “pedagogicidade indiscutível da materialidade do espaço” (FREIRE, 1996, p.45). É na escola que a criança descobre a importância do trabalho em equipe e aprende a se relacionar com outras crianças.
Sobrecarga cognitiva
Lévy (2010) afirma que inteligência coletiva pode trazer
sobrecarga cognitiva, ou seja, a alta disponibilidade de informações e formas
de comunicação também pode gerar estresse.
Segundo a revista Época, Rushkoff
(2011) entende que devemos aprender como a tecnologia funciona para não sermos
controlados por ela. Ainda conforme a mesma revista, Pariser (2011) defende que
a leitura na internet pode ser condicionante visto que as pessoas têm a tendência
de ler apenas as obras com as quais concordam.
Assim segundo a autora devemos evitar
ser tendenciosos em nossas pesquisas na internet.
Resultados da análise
comparativa
Cada nova mudança envolve o gasto de recursos financeiros e de tempo na adaptação à nova tecnologia.
A interação é essencial ao ensino-aprendizado conforme as teorias de Piaget e Vygotsky.
A cibercultura e suas ferramentas de comunicação social promovem a interação rápida e aproxima as pessoas. Essa interação quando excessiva e mal gerenciada pode trazer a falta de privacidade expondo informações pessoais e trazendo danos morais e intelectuais.
Pontos
positivos
|
Pontos
negativos
|
Inovação
|
Aprendizado constante em novas tecnologias e interfaces e custo
inerente;
|
Interação
|
Falta de privacidade
|
Cooperação
|
Desrespeito aos direitos autorais e unanimidade
|
Autonomia
|
Individualismo
|
Lúdico
|
Dependência
|
Acesso rápido as informações
|
Imediatismo
|
Operação multitarefa
|
Superficialidade
|
Inteligência e memória coletivas
|
Perda da memória individual
|
Ampla disponibilidade de informações
|
Sobrecarga cognitiva
|
A partir da análise da Tabela acima percebe-se que os pontos positivos são de ordem técnica, ou seja, facilitam ou aceleram o processo de ensino-aprendizado como ferramentas de apoio.
Em contraste, os pontos negativos apresentados, não são de ordem técnica, mas sim de ordem comportamental.
São, portanto, mais prejudiciais os riscos comportamentais do que se fossem apenas desafios técnicos, pois afetam o bem-estar individual e coletivo influenciando as interações sociais.
Desafios técnicos podem ser contornados por outras tecnologias, e envolvem recursos financeiros e intelectuais. Problemas comportamentais são mais difíceis de resolver devido a sua complexidade.
Divinizar ou diabolizar a tecnologia ou a ciência é uma forma altamente
negativa e perigosa de pensar errado. De testemunhar aos alunos, às vezes
com ares de quem possui a verdade, um rotundo desacerto. Pensar certo,
pelo contrário, demanda profundidade e não superficialidade na
compreensão e na interpretação dos fatos. Supõe a disponibilidade à
revisão dos achados, reconhece não apenas a possibilidade de mudar de
opção, de apreciação, mas o direito de fazê-lo. (FREIRE, 1996, p.33)
Muito bom, Wagna!
ResponderExcluirVc já preparou a estrutura da WebQuest. Agora, mãos a obra na produção dos conteúdos... A boa notícia: o prazo para a apresentação foi prorrogado. Temos até o dia 08/11. Um pouco mais de tempo para produzir os textos. Aproveite!
Abçs fraternos
Parabéns Wagna ficou tudo maravilhoso na sua página, parabéns pelo desempenho, adorei!
ResponderExcluirObrigada Élida e Verônica! Fico feliz que tenham gostado!
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